História

Quando surgiu o registro de ponto?​

A evolução dos modos de registrar o ponto.

A história do registro de ponto é datada junto das grandes invenções do século 19, que mudaram o mundo, tanto em aspectos econômicos quanto sociais. Para entender melhor essa linha do tempo do registro do ponto, vamos dividir em quatro momentos da história.

1º O controle do ponto – Manual

Inicialmente, o controle de ponto era feito por um funcionário, na entrada da fábrica, que tinha a tarefa de anotar os horários das movimentações de entrada e saída dos demais funcionários.

Por ser um processo burocrático, não demorou muito para que as empresas adotassem o esquema dos próprios funcionários anotarem seus horários de entrada e saída em um livro de ponto.

É curioso ressaltar que, apesar de toda a tecnologia disponível atualmente, este modo de registro manual ainda pode ser encontrado em algumas empresas.

2º O controle do ponto – Mecânico

O primeiro relógio de ponto surgiu em 1888, criado pelo joalheiro de Auburn, Willard Le Grand Bundy, em Nova York. O equipamento foi desenvolvido visando aumentar a produtividade dos trabalhadores, monitorar a pontualidade dos mesmos e, obviamente, eliminar a necessidade do registro manual, feito por outro funcionário nas entradas das fábricas e indústrias, ainda comum no final do século 19.

De certa forma, a criação de Bundy se mostrou benéfica para os trabalhadores, já que os próprios patrões não respeitavam a carga horária estabelecida pelas leis trabalhistas da época.

Junto de seu irmão, Bundy fundou a ‘Bundy Manufacturing Company’, e aperfeiçoou novos modelos de relógio ponto, expandindo o produto para diversos países. Em 1924, a empresa foi nomeada ‘International Business Machines’, conhecida como IBM, e passou a criar e patentear novas máquinas de calcular.

O relógio de ponto mecânico, também é conhecido como cartográfico, em sua versão primária, permitia que o trabalhador registrasse suas entradas e saídas, inserindo na parte superior, um cartão de papel, semelhante a uma cartolina, com cerca de 8,5x18cm, contendo uma grade para preenchimento dos horários, no qual a máquina carimbava, de forma barulhenta, a jornada de cada trabalhador.

No Brasil, o relógio de ponto mecânico de Bundy chegou em meados da década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, época da criação da CLT e dos direitos trabalhistas e deveres das empresas.

Assim, como o controle manual em livro de ponto, este modo de registro cartográfico também é encontrado em algumas empresas até hoje.

3º O controle do ponto – Eletrônico

Desde a sua criação, o relógio de ponto acompanhou as principais evoluções tecnológicas de cada época, chegando no final da década de 1980 com relógio de ponto eletrônico.

Assim como muitas inovações externas da época, o relógio de ponto eletrônico demorou quase uma década para entrar no mercado brasileiro, sendo absorvido pela lei trabalhista em 1989 e abrindo para as empresas a possibilidade de utilizar cartões e crachás com código de barras no registro de ponto dos trabalhadores.

Na virada do século, houve uma aceleração tecnológica com a popularização da internet, consequentemente abrindo o mercado para novos modos de coleta dos registros do ponto. Assim, surge a portaria 1.510/2009 que, passa a exigir leitores biométricos e impressoras dos comprovantes nos equipamentos.

Ainda com os avanços dos dispositivos e internet popularizada, entra em cena a portaria 373/2011, que tinha como objetivo promover a flexibilização dos registros do ponto, desde que autorizado pelos respectivos sindicatos.

Nesse modelo, começam a surgir os primeiros softwares para gestão da jornada de trabalho, porém, são produtos que dependem de instalação local complexas, compra de licenças para uso, pagamentos por atualizações e suporte técnico.

4º O controle do ponto – Web

O controle de ponto pela web, muito embora tenha surgido ainda em meados de 2008, demorou para ganhar força, já que, desde o início, a máquina sempre foi a protagonista de toda essa história. Pelo menos, até aqui.

Muitas empresas criaram resistência para migrarem dos modelos anteriores para o atual. E os motivos são inúmeros, como medo da tecnologia de software em nuvem, falta de compreensão ou interesse, desconfiança do modelo de assinatura de software como serviço (SaaS), mas também porque o próprio mercado profissional estava em transição.

As organizações públicas ou privadas, que estavam acostumadas com o Departamento Pessoal, passaram a abrir espaço, gradualmente, para o Recursos Humanos, que trazia uma visão estratégica sobre gestão de pessoas, reforçada por exemplos de grandes corporações como o Google, que tinha um crescimento exponencial e chamou a atenção do mercado por sua gestão mais “livre” e com foco no bem estar dos colaboradores como estratégia de se obter melhores resultados, não apenas de produtividade, mas de criatividade.

Com o software em nuvem ganhando o protagonismo e a entrada de profissionais de recursos humanos capacitados para analisar gráficos e relatórios, o registro de ponto deixou de ser apenas um controlador da movimentação dos funcionários do passado e tornou-se uma ferramenta estratégica de gestão, que consegue otimizar o tempo dos gestores e colaboradores, além de reduzir custos operacionais como nenhum outro modelo anterior conseguiu.

As inúmeras possibilidades tecnológicas dos últimos anos impulsionaram a necessidade de uma nova portaria, a 671/2021, que substitui as portarias anteriores e torna mais abrangente e adequada a coleta e tratamento de dados do ponto dos funcionários.

Hoje, as empresas podem adotar modos diferentes para coletar o registro do ponto de seus funcionários, alternando entre relógio de ponto eletrônico, aplicativo em celular ou tablet e login no computador.

Essa combinação de dispositivos para a coleta do ponto só é possível devido à centralização dos dados, em servidores redundantes, ou seja, as informações sempre estarão disponíveis, a qualquer hora, em qualquer lugar do mundo.

A centralização dos dados permitiu outra vantagem para as empresas, a descentralização da gestão, tornando o fluxo de trabalho mais organizado e permitindo que o RH tenha olhos para a empresa como um todo e possa tomar decisões mais assertivas.

Do aspecto prático, o controle da jornada passou a ser mais dinâmico, tanto para o gestor quanto para o colaborador, uma vez que ambos recebem alertas de divergências, como atrasos, entradas antecipadas, faltas, horas extras não autorizadas, abonos duvidosos etc, minimizando, inclusive, questões trabalhistas.

No Brasil, a empresa que é pioneira no desenvolvimento de software em nuvem para gestão da jornada de trabalho é um bom exemplo de como é complexo desenvolver, atualizar e customizar uma solução que atenda o profissional de RH dessa geração, com o máximo de informações em tempo real, mas que também considere o colaborador como parte essencial dessa relação.

A pandemia fez com que o mundo todo se adaptasse ao conceito de trabalho em casa (home office) e as profissões ou ocupações que não permitiam essa modalidade de trabalho sofreram e, ainda sofrem, com demora de adaptação das empresas, ainda que algumas soluções já tenham surgido em meio à crise.

A tecnologia presente em dispositivos como tablet, por exemplo, permitiram que o registro do ponto fosse realizado, pela primeira vez no Brasil, a partir de um simples gesto como sorrir ou, com comando de voz.

Nesse cenário, onde a tecnologia da programação consegue agir rapidamente e integrar com hardwares menores e mais rápidos, o modo de registro de ponto com software em nuvem se consolidou como a melhor opção para empresas de todos os portes, públicas ou privadas, tirando definitivamente o protagonismo histórico das máquinas pesadas de outrora.